A advogada também critica os maus exemplos sobre as novas gerações
Da professora e advogada Elza Galdino, a propósito do artigo sobre educação, via e-mail: “Sobre sua coluna de hoje, tenho uma certa discordância: você e eu aprendemos EM CASA, PELO EXEMPLO, como deveríamos nos portar.
Professora faz várias considerações sobre o baixo nível da educação – Foto: NDMais
É a educação que os pais dão que faz a diferença na hora de não perturbar os outros com gritos em locais fechados (grito fica bem em estádio, e é totalmente justificável); jogar o lixo no local adequado; oferecer assento no coletivo aos mais velhos; cumprir horários e compromissos; não receber troco a mais; não plagiar trabalhos intelectuais; e tantos outros atos do cotidiano que fazemos, levando em conta o semelhante e o que é correto.
À Escola não deve ser imposta tal tarefa, já que lhe cabe instruir com as primeiras letras e construir conteúdo intelectual. Professores sendo agredidos não é culpa da Escola, e sim da “formação” (desculpe o termo) doméstica. Pais e filhos devem usar na intimidade expressões como “por favor”, “obrigada”, “desculpe”, e assim esse comportamento transborda para o coletivo. Assim penso. Beijo, obrigada pela companhia neste 2023 e os votos de um 2024 maravilhoso, com alegres lançamentos literários e muitas boas conversas.”
Mau Exemplo
Numa segunda mensagem, acrescentou Elza Galdino: “Claro que autorizo a publicação, querido! Mas creio que os atos dos Ministros não chegariam a influir se a base educacional doméstica fosse firme e sólida. Piores, a meu ver, e com folga, os nossos parlamentares, usando e abusando de verbas para tudo o que NÃO necessitam, aprovando leis que favorecem monopólios e oligopólios, criando feriados, batizando rodovias, absolutamente dissociados da realidade dos milhões de brasileiros. Exemplo: isenção tributária para igrejas, isto é de interesse popular? É certo que a Imprensa vem batendo mais no Judiciário, mas decisões do Supremo atingem um percentual mínimo da população, enquanto as ações do Legislativo são “urbe et orbi”. E sobre os pais estarem trabalhando fora, penso que não justifica. Vejo mães jovens, que não trabalham fora de casa, cujos filhos correm em qualquer lugar, perturbando os frequentadores (muito comum em shoppings e restaurantes), comem com as mãos, pernas sobre a cadeira e celular a toda. Então, antigas gerações foram bem criadas com mães e pais chegando em casa somente â noite. Obrigada pela sempre pronta atenção, e pelo respeito com que recebe minhas manifestações. Agradeço também os seus votos e renovo os meus, a você e toda a família.”